Nossa conferência foi realizada no dia 15 de março de 2008, às 15:00 no espaço Jambeiro no bairro de Guadalupe, novamente não foi possível ter a presença em massa de todos nossos Militantes assinantes do Jornal Pagina 13, critério este para tirada de delegados que é de 3 Assinantes para 1 delegado, tivemos um bom numero de participantes em nossa conferência e apenas 12 assinantes dando um total de 4 delegados para a conferencia estadual, os companheiros que vieram como delegados foram: a nossa futura Vereadora Jovelina e os companheiros João Carlos, Elder e Ricardo:
Texto Base para o Debate na Conferencia:
Conjuntura Estadual:
No segundo turno das eleições presidenciais de 2006, Lula impõe um profundo corte ideológico e de classe em sua campanha, deixando nitidamente o adversário com o ônus de toda a história brasileira de atraso e descaso com os menos favorecidos da nação, e sobressai para uma vitória esmagadora. Neste contexto, surge também em Pernambuco essa divisa, que aglutina na candidatura de Eduardo Campos as forças progressistas e interessadas em novos encaminhamentos ao estado, sagrando-se vitoriosa.
Enquanto todos os partidos da base aliada do governo Lula se agrupavam na formação do novo governo, nossos verdadeiros inimigos parecem não ter entendido a dinâmica: a direita pernambucana se esfacela em uma grande crise, acarretando posteriormente numa nítida ruptura do seu bloco após troca de acusações, e uma grande celeuma estabelecida entre os corredores e pela imprensa que tanto os consagrava.
Desde então, um novo ritmo de trabalho vem sendo tocado, transformando Pernambuco num canteiro de obras. São inegáveis os avanços que este governo identificado como uma gestão de massas, vem fazendo para melhorar a vida da população. Mas sabemos tão claramente que existem limites políticos e pessoais entre o as medidas recentemente adotadas e a nossa luta cotidiana pelo socialismo.
Uma vez que o segundo turno marcou a adesão do PT a campanha de Eduardo, o que mais impressiona é a tamanha afinidade da Unidade da Luta com o PSB. Tudo bem, essa relação rendeu uma grande secretaria ao companheiro Humberto Costa, e várias indicações de nomes petistas na composição das companhias públicas estaduais, porém o discurso afinou-se como nunca tivera sido antes, e a sincronia é quase perfeita. Até mesmo nas discussões internas do PT, como fora no Processo de Eleições Diretas, o PED, eles se unirão para dificultar qualquer pretensão da esquerda petista em se bem suceder na disputa.
O que se viu nesse processo (no PED) fora absolutamente inacreditável! A base de apoio ao governador, freneticamente, de bandeira vermelha na mão, estrela no peito e na campanha com afinco e união em prol de Jorge Perez e companhia para construir um novo Brasil. Até Severino Cavalcanti pediu voto!! Realmente comovente. Era neste exato momento, em que Múcio Magalhães vencera o primeiro turno para a presidência estadual do partido, nos chega uma operação arquiteta pelo Palácio do Campo das Princesas para barrar nossa investida. É nesse instante que perdemos a chance de assumir o PT em Pernambuco.
Lutamos como nunca! Pois essa chance nunca nos tivera sido tão evidente. E não fracassamos, fomos engolidos por uma maquina extremamente grande e de uso exclusivo para nos aniquilar. Ainda assim, não conseguiram! Vale ressaltar notórios acontecimentos nas nossas eleições internas: a presença do prefeito do Recife João Paulo como grande aglutinador da esquerda petista e a união dessas forças, culminando na criação do Campo de Esquerda Unificado, o CEU. Mesmo com a derrota no segundo turno, somos maioria na executiva e no diretório estadual do PT, trazendo o debate para um plano de mais discussão, mais negociações, e de esquerda.
A Articulação de Esquerda se pôs nas trincheiras de luta para travar verdadeiros duelos com o setor mais conservador do partido, até mesmo porque cedeu um de seus quadros mais notórios para a disputa no cargo de presidente estadual do PT. Infelizmente, não tivemos êxito, mas chegamos muito próximo desta vez.
Conjuntura Municipal:
Na nossa cidade, a AE optou por fazer parte do grupo que apoiaria o companheiro Enildo Arantes para a presidência, por entender que não teríamos um nome competitivo ao ponto de fazer derrotar-se a AUL, e por achar que Enildo poderia trazer para perto de si diversos setores do partido que pudessem ajudar nessa caminhada. De fato aconteceu, e por muito pouco, 44 votos, perdemos esse pleito. Mostramos então, a acomodada Unidade da Luta de Olinda, que entraríamos nessa briga pra valer, e isso causou uma grande inquietação na base daquela corrente.
De toda forma, a Articulação de Esquerda Olindense saiu desse processo de disputa com muito prestígio: conseguimos fazer um trabalho de ampliação das nossas bases que vieram a congratular a nossa corrente como a terceira maior corrente da cidade, com reais possibilidades de crescimento não só pela sua alma militante, como também pela sua correta atuação política, e pela sua total lealdade com os companheiros das outras tendências internas, o que não aconteceu com os demais companheiros. Todo nosso esforço nos rendeu duas vagas no diretório municipal, ocupadas por Rodrigo Mulambo e a companheira Jovelina, e uma vaga na executiva com o camarada Gilson de Góz.
A atuação conjunta com as forças que compõem o CEU em Olinda nos legitimou a ser os principais articuladores políticos dos processos decorridos pós PED. Sentimos, ainda que superficialmente, fazermos parte de um grupo com muita unidade política, o que pode nos render bons frutos num futuro próximo. Devemos agora aproveitar os passos dessa união e fazer dela um grande instrumento político de debate e de luta para com a Unidade da Luta.
Mas nossa luta não se resume apenas dentro do PT. A luta se faz na rua, com o povo, e nele estão nossas esperanças para as eleições municipais deste ano. E não precisamos ir muito longe para constatarmos que a Prefeitura de Olinda evoluiu bastante nas mãos da prefeita Luciana, porém, a relação Petista com os Comunistas passou longe de ser harmoniosa durante esses 8 anos. O PCdoB praticamente tomou pra si toda a base militante da cidade: por muita competência deles, e muita inocência nossa; deixando poucas opções e muito trabalho para os partidos da base de sustentação.
Essa atitude do referido partido incomodou muita gente dentro do PT e até mesmo da própria Unidade da Luta que agora posa de vítima. E como fora debatido já no congresso partidário em Setembro passado o indicativo de candidatura própria, o PT aprova, depois de uma conturbada reunião, a ratificação dessa decisão. Dois nomes estão postos para a disputa: a companheira Deputada Estadual Tereza Leitão e o companheiro Vice Prefeito Paulo Valença.
Não é de extrema importância, para a AE, definir entre os dois aquele que mais tenha compromisso com o socialismo, ou que venha a atender melhor os anseios das comunidades carentes, pois nesses tópicos se assemelham. Nos vale muito mais discutir como se dará, internamente, as relações de campanha e de mandato. Não estamos dispostos a sermos força de trabalho na campanha e num futuro triunfo ser marginalizados. Queremos discutir campanha e governo como queremos participar da campanha e do governo com voz e voto! Para tal, precisamos de um forte indicativo da AUL que teremos espaço e seremos ouvidos, haja vista que os candidatos são desta corrente.
Não podemos também esquecer quem são de fato, nossos verdadeiros adversários na cidade. Nos últimos dias a direita já vem se propondo a unificar suas forças para tentarem retomar o poder, e devemos estar bastante antenados para que nossas disputas internas não prejudiquem nossa evolução eleitoral.
O CEU se coloca nessa discussão como o fiel da balança. Não enxerga a hora de se definir, mas prefere resolver a todas as questões internas a ter que se aventurar numa briga sem regras.
Temos que, enquanto corrente, nos organizarmos para qualquer que seja o desfecho dessas articulações. Precisamos então, analisar cuidadosamente os eventuais cenários possíveis, para que tenhamos clareza absoluta nas decisões e intervenções, tanto no CEU quanto no conjunto maior do partido.
E para que possamos de vez implementar nossa forma pessoal de fazer política, precisamos ter uma representante na Câmara de Vereadores. É com tamanha satisfação que a AE de Olinda tem a honra e o prazer de apresentar uma candidatura totalmente arraigada com os movimentos sociais, sejam em sindicatos, escolas, associações de moradores e igrejas, seja na luta cotidiana por melhores condições de vida ao povo afro-descendente e as mulheres, e totalmente alinhada com a preservação Ambiental. Jovelina Aquino será a porta-voz dos nossos gritos de igualdade e de melhorias.
É valoroso registrar a adesão da corrente Organização Marxista (OM) ao nosso exército. Sejam bem vindos! Na luta por justiça, somos todos os companheiros, na campanha e no mandato.
A AE de Olinda se volta agora em pensamento e atitude para a campanha de Jovelina. O ponta-pé inicial já foi dado num planejamento estratégico realizado em 24 de fevereiro de 2008, onde conseguimos reunir uma grande parte da base social de apoio a essa candidatura.
Que enfeiticemos Olinda com o néctar da nossa Luta!! Rumo à vitória!!
Olinda, 15 de março de 2008.
Articulação de Esquerda de Olinda.
